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Plante feijão, porque vai faltar: Ibrafe

Imagem: Pixabay
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“Não perca tempo com achismos e preste atenção nos sinais”

O Ibrafe (Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses) vem orientando, desde meados do ano, a apostar no Feijão para o ano que vem: “Pela primeira vez na história estamos orientando a plantarem qualquer Feijão, pois todos darão bons resultados no ano de 2021, no mínimo até o fim do primeiro semestre”. 

“Com o mercado calmo dos últimos dias, não faltam os analistas de WhatsApp pregando que o todo estava errado e que vem aí uma safra de 5 milhões de sacas. A safra de Feijão-carioca no Paraná começou, mas já terminou esta primeira etapa. Venderam a R$ 255/270, FOB lavoura, produto sem processar, com umidade e um pouco de manchas. Nem perca tempo com estes achismos e preste atenção nos sinais que vão chegando”, aponta o Instituto comandado por Marcelo Lüders. 

Ele destaca que os números do IBGE divulgados nesta quinta-feira já começam a prever que as coisas não serão fáceis para os brasileiros que consomem Feijão. Sobre a produção, haverá um recuo admitido até agora, da seguinte ordem: 1ª safra de Feijão (-0,3%), 2ª safra (-7,0%) e 3ª safra (-5,4%). O prognóstico da produção do Feijão para 2021, segundo Carlos Barradas, indica que a quantidade produzida pode não dar conta de suprir a necessidade do mercado interno. 

“O Brasil consome cerca de três milhões de toneladas de feijão e o prognóstico estima a produção em 2,8 milhões de toneladas, o que quer dizer que o país poderá precisar importar um pouco de feijão, a menos que essa produção aumente em 2021”, diz ele, ressaltando que o levantamento da safra é mensal e os valores vão se alterando de acordo com o comportamento do clima e a conjuntura do mercado. 

O Ibrafe sustenta que, para uma instituição como o IBGE admitir algo assim é porque “as coisas estão bem piores nas previsões. E se tem uma coisa que nós que estamos nesse mercado todos os dias há 30 anos sabemos é que o país não consome 3 milhões de toneladas”. 

“Produzimos, segundo a CONAB, este ano, 14,4 quilos por habitante. Sabemos que, com preços “normais”, consumiríamos tranquilamente 3,35 milhões de toneladas, ou seja, 16 quilos por habitante, sem falar no produto que vai ser usado como semente, no Feijão que fica como estoque de passagem e na quebra, pois para ter 3,35 você precisa colher pelo menos 5/7% a mais. Por isso, IBGE, vocês estão muito mais perto da realidade do que os 3,12 milhões de toneladas da CONAB, mas ainda longe da verdade e o tempo dirá, mais uma vez, que com boa vontade é possível avaliar melhor uma safra do que caras estruturas públicas”, arrazoa o Instituto mais representativo de pulses do Brasil. 

De acordo com Lüders, tanto o IBGE quanto a CONAB estão igualmente “tomando para si a responsabilidade pelos altos preços” que o povo irá pagar: “Serão responsáveis, juntos com os puxa-sacos, por brasileiros que passarão fome. Espero não ter que desenhar para entenderem, por isso vamos lá. Se o governo não entender a situação a partir dos levantamentos destes órgãos, não se sentirá compelido a pensar em como amparar e garantir ao produtor de Feijão que terá retorno sobre seus investimentos”. 

“Em novembro do ano passado, previmos que teríamos um ano com pouco produto e ainda surgiu o problema climático para piorar, mas já seria complicado para o setor por ter pouco produto. Como você Premier poderá tirar proveito desta denúncia? Recebemos depoimentos de produtores que comentaram sobre os lucros que tiveram por seguir as nossas indicações. Portanto, saber agora para onde estamos indo fará toda a diferença”, conclui o Ibrafe.

Fonte: Agrolink