Outros diferenciais
Segundo Alexander de Andrade, coordenador da equipe de pesquisa em arroz na Estação Experimental de Itajaí (SC), o SCS124 Sardo é classificado como longo-fino, tem melhor relação comprimento-largura do grão e suas plantas possuem resistência média à brusone (Pyricularia grisea ou Magnaporthe grisea), doença mais grave da rizicultura brasileira.
O “novo cereal”, garante Andrade, “ é recomendado para todas as regiões produtoras de arroz irrigado de Santa Catarina, podendo também ser cultivado em outras regiões do Brasil, mediante realização de ensaios de Valor de Cultivo e Uso”.
“Por ser branco, o SCS124 Sardo será mais uma opção para os rizicultores de Santa Catarina e de outras regiões do País, e ainda favorecerá as agroindústrias de beneficiamento.”
Dados da rizicultura de SC
Atualmente, algo em torno de 76% do arroz beneficiado em solo catarinense é colhido no Estado e a maior parte é voltada para a parboilização. Da parcela restante, importada do Rio Grande do Sul e de países do Mercosul, a maioria é de arroz branco.
“Com o lançamento dessa cultivar, as indústrias daqui, do Estado, vão precisar importar menos sementes para produzir arroz branco”, afirma Andrade.
O nome sugerido para a nova variedade homenageia a família Sardo, que atuou na equipe de pesquisa em arroz da Epagri e na Estação Experimental de Itajaí, por várias gerações.
Embora seja destinado ao mercado de arroz branco, destaca a Epagri, “o Sardo é adequado ao processo de parboilização, com a recomendação de que seja beneficiado separado de outras cultivares”.
Testes de comportamento industrial
A nova variedade também foi testada quanto ao comportamento industrial no Laboratório de Pós-Colheita, Industrialização e Qualidade de Grãos do Laboratório de Grãos da Universidade Federal de Pelotas/RS (LabGrãos/UFPel). Foi, então, considerado compatível com esse processo.
Seus grãos/sementes ainda foram analisados na Estação Experimental de Itajaí e no Centro Nacional de Pesquisa de Arroz e Feijao da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (CNPAF/Embrapa).
“O SCS124 Sardo apresentou excelente desempenho sensorial e culinário para arroz branco, comparável com as cultivares de referência do mercado”, destaca Andrade.
Safra e mercado
Economista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa) da Epagri, Gláucia Padrão prevê que os produtores de arroz de Santa Catarina tenham uma boa colheita na safra 2018/19. “Será uma safra considerada normal. A previsão é que seja menor que as duas últimas, pois elas estiveram bem acima da média”, comenta.
De acordo com a estimativa, os catarinenses devem colher aproximadamente 1,156 milhão de toneladas em 143,3 mil hectares, contra 1,188 milhão de toneladas em 146,9 mil hectares, da safra anterior (2017/18).
Onde adquirir as sementes no mercado
As sementes do SCS124 Sardo estarão disponíveis para os agricultores na safra 2019/20. Para mais informações, é necessário que o interessado entre em contato com a Associação dos Produtores de Sementes de Arroz Irrigado pelo e-mail acapsa@acapsa.com.br ou pelo site www.acapsa.com.br.