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Cadê a água que existia aqui?

CADÊ A ÁGUA QUE EXISTIA AQUI?

Engº Agrº Luiz Coelho Júnior Coord. do ABC/MA/SAGRIMA

Sumiu, desapareceu. E agora José? José Homem, que pensa, que fala, que se diz sabedor, que faz rima, que faz verso e até diz que ama. Mas o que têm feito, os Josés do mundo, em relação ao bem água?

O que se sabe é que por ação ou pela falta de ação dos Josés, onde me incluo, os recursos hídricos estão escasseando. Os estudiosos preveem que em breve a água será causa principal de conflitos entre nações. Há sinais dessa tensão em áreas do planeta como Oriente Médio e África.

O Brasil, entre os países é privilegiado com 12% da água superficial do mundo, mas também os brasileiros, que sempre se consideraram dotados de fontes inesgotáveis, vêem algumas de suas cidades sofrerem falta de água, como caso mais emblemático o sistema Cantareira que abastece a cidade de São Paulo, que apesar de possuir vários rios, viu a poluição tornar imprestáveis para consumo as fontes mais próximas, tendo que captar água em bacias mais distantes.

Com o aumento das populações urbanas, a demanda por água aumentou na última década em 30% e o desperdício de água ofertada pelos sistemas é da ordem de 45%.  Na Amazônia onde se concentra as mais baixas taxas populacionais, possui 78% de água superficial, enquanto que no sudeste, com a maior concentração, a disponibilidade é de apenas 6% do total da água.

No Maranhão, apesar de existir em torno de 10 bacias hidrográficas  e ter precipitações pluviométricas anuais relativamente alta, se comparado aos demais co-irmãos nordestinos, não se têm  uma política definida de recursos hídricos, onde os comitês de bacia pouco avançaram. Nossos rios estão perecendo em decorrência da falta de uma política de preservação das nascentes e das matas ciliares. E uma flagrante evidência, é a falência do genuinamente e mais importante rio maranhense, especialmente para  São Luís,   o rio Itapecuru –  responsável que é por 70% do abastecimento de água da nossa capital. Estão se preocupando apenas com o processo de substituição da tubulação de condução da água, esquecendo-se dos cuidados que  carecem a fonte (nascentes) e as margens do rio. A nossa sorte, é que existe um outro José, o Santo, que na fé e na crendice do nordestino, quando falta chuva reza-se  e faz-se procissão pra ele invocando seus poderes e quando chove no seu dia que é 19 de março, que foi o caso nesse ano, as expectativas é de ano bom de chuva. Que assim seja.

São Luís, 02 de Abril de 2019.

Fonte: SAGRIMA